Estudantes relatam transformação positiva com práticas restaurativas de paz



Os alunos da Escola Estadual Coelho Neto, localizada no bairro Buritizal, em Macapá, colecionam histórias de superação graças às práticas restaurativas que estimulam a cultura de paz, dentro e fora da escola. Nesta sexta-feira, 24, aproximadamente 40 estudantes, que enfrentaram dificuldades de comportamento, comemoram a mudança positiva, por meio da conclusão de um curso promovido pelo Núcleo de Mediação e Conciliação de Conflitos do colégio.

O Núcleo de Práticas Restaurativas na Educação é uma iniciativa do Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP) em parceria com o Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) e Secretaria de Educação do Estado (Seed), cujo objetivo é atuar para a construção e fortalecimento da cultura de paz na escola. A ferramenta trabalha o lado socioemocional do estudante com escuta, diálogo e respeito, resolvendo e prevenindo qualquer conflito que ele esteja causando ou sendo vítima.

Durante a cerimônia de entrega dos certificados, os estudantes fizeram uma apresentação de dança, cartazes com mensagens de paz e relatos emocionantes sobre as transformações ocorridas após as práticas restaurativas. O curso contou com a mediação de conflitos e círculos de conversas nas salas de aula.

A aluna do 9º ano, Vitória Bacelar, 15 anos, observou a grande melhora em seu comportamento, tanto na escola quanto em casa, quando aprendeu a falar sobre os seus problemas e a controlar as próprias emoções. “Antes eu descontava toda a minha mágoa nos outros e isso fazia muito mal. Por meio das práticas restaurativas, aprendi a resolver os conflitos com diálogo. Eu voltei a sorrir”, disse satisfeita.

O mesmo aconteceu com o estudante Marcos Dias da Costa, de 16 anos, também do 9º ano. “Eu tive sérias dificuldades na vida, e tudo mudou quando participei do curso e encontrei as professoras que me ouviram e mudaram o meu comportamento. Sou muito grato a elas e a Deus”, disse emocionado.

A coordenadora do núcleo na escola, Regina da Silva, comemorou os resultados. “Todos os alunos que participaram do curso já haviam apresentado algum problema de comportamento. Nossa escola tinha um alto índice de expulsão e as práticas restaurativas mudaram isso”, disse. Ela também explicou que o núcleo recebe outras demandas que vão além da educação, onde os voluntários orientam a família do estudante com atendimento social e psicopedagógico.

Para a secretária de Políticas Educacionais da Seed, Dina Melo, o papel da escola não é apenas escolarizar, mas o de educar também. “Temos que ter um olhar amplo, analisando e orientando o comportamento do estudante e mostrar a ele a importância de se importar com o próximo”, afirmou.

Participaram da programação representantes do MP-AP, entre eles a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância Juventude e Educação (Caop-IJE), procuradora de Justiça Judith Teles, do Tjap e da Secretaria de Educação.

Programa Educação para a Paz

O Governo do Amapá, em parceria com o Ministério Público do Estado (MP-AP) e Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), lançará o Programa Educação para a Paz na rede estadual de ensino em 2018. A previsão é que o convênio seja assinado em dezembro de 2017. Nele, serão desenvolvidas ações que promovam a cultura da paz e a prevenção da violência para a melhoria da convivência nas unidades educacionais.